Sabe o que acontece quando alguém põe óculos, usa uma lente de aumento, ou um microscópio? Ele enxerga com mais detalhe.
Começo a
pensar que eu estou aqui para Deus criar minuciosamente a partir da partícula que eu sou. Quando ele
vê o mundo através de mim, ele pode ver sua criação sob determinado um ângulo,
com mais atenção, destacada de todo o resto.
Ele criou todo o universo e de lá de onde
está, mesmo sendo tudo, ele pode ver o mundo de um ponto de vista diferenciado
- o meu ponto de vista, o seu. E é a
partir de cada um de nós, que ele pode criar no detalhe, fazer o mundo com mais
capricho.
Nossa insignificância diante do
tamanho do universo nos faz pensar porque Deus desejaria se manifestar na
partícula que eu sou. Porque ele desejaria estar consciente num ser tão
minúsculo como eu, se não fosse para poder ver e criar o detalhe de um
jeito diferente?
Quando a gente pensa no tamanho do universo...
Leia
isso: “Astrônomos utilizando um telescópio do Observatório Europeu do Sul –
Chile (ESO, na sigla em inglês) afirmam ter medido a distância até a mais
longínqua galáxia conhecida. Segundo os cientistas, as imagens que chegam a nós
mostram a galáxia a apenas 600 milhões de anos após o Big Bang, ou seja, a uma
distância de 13,1 bilhões de anos-luz. O estudo foi apresentado na revista
especializada Nature”
Já a galáxia
mais próxima, galáxia clássica, de tamanho comparável a nossa Via Láctea, é a
de Andrômeda que está a 2 milhões de anos-luz daqui.
De 2
milhões de anos-luz à 13 bilhões de anos-luz.... Sequer é possível imaginar.
E, qual é o nosso tamanho nisso tudo? Acho que não passamos de uma partícula de energia. Um quantum momentum – se é que isso existe - de consciência de Deus. Nessa nossa vida, somos uma partícula de existência num tempo espaço de Deus.
Vamos ser honestos. Nós vivemos num microcosmo, ou algo menos que isso – considerando o provável tamanho do universo. Dá para imaginar que a consciência se instale em algo tão pequeno? E porque Deus teria o interesse em se manifestar numa escala tão diminuta?
Sim, somos uma
piscada de Deus, mas imagine que simultaneamente e por um breve momento, Deus
pode deixar de ser o “Deus do Universo” para ser apenas você. E ver o mundo de
um ângulo especial, e criar com a mesma maestria com que cria o macrocosmo.
Então nós, nesse nosso mundinho
insignificante, nessa nossa existência tão efêmera, criamos uma circunstância
especial. Um olhar mais atento, uma
presença única que dá um “pause” no Universo, e permite a Deus viver e olhar, e
admirar o detalhe. E podemos fazer isso com uma grandeza inigualável... Quer um
exemplo? Quando enxergamos a beleza e a poesia de uma flor, um detalhe da
natureza, ou todo o esplendor de um por do sol. Quando nos encantamos com um
sorriso, ou trocamos um abraço. Quando paramos o tempo para olharmos com curiosidade
uma pequena lagarta fazendo seu casulo. Quando compomos uma canção, ou fazemos
parte de uma grandiosa orquestra. Quando produzimos algumas das maravilhas da
humanidade – que são tantas - ou quando passamos uma peça de roupa com carinho,
somos Deus criando com o requinte do detalhe. Quando manipulamos a argila e
criamos uma pequena peça de cerâmica, estamos criando no detalhe. Somos Deus se deliciando na simplicidade. Quando
traçamos um desenho num papel, estamos rabiscando um pormenor que pode ser
eternizado como os girassóis de Van Gogh. Quando vamos à cozinha e criamos um
prato inesquecível, estamos criando o encanto que torna a vida tão bela. Quando
vamos a uma mesa cirúrgica e operamos um milagre, estamos mostrando ao mundo que
cada um importa. Pense no que for, cada gesto, cada palavra, cada ação pode
produzir um assombro, uma graça, uma magia.
Quem já não criou ou produziu algo do
qual se orgulhou? E qual é a sensação que isso dá? Intuitivamente sentimos tamanho
amor por aquilo que fazemos bem feito, que ficamos admirando nossa obra – é a
alegria de Deus criando minuciosamente.
Sede perfeito no que faz, porque é
Deus criando no detalhe.
Mas, e quando olhamos o nosso mundo e
nos damos conta do feio, do imperfeito, da limitação, da doença, da fome, da
ganância, da dor? Deus vê isso também? E porque não faz nada? Como poderia se você se
vê separado de Deus?
A primeira coisa a lembrar é que essa
criação é a criação do homem separado de Deus. Mas, como diz Goldsmith a respeito do Único Poder: “Não apenas o princípio do único Poder é de
grande importância, mas deve ser entendido que aquele poder não é algo externo
a você. Aquele poder é o seu Eu, a sua identidade. Não sendo assim, novamente
há dualidade. Deus e você. Mas não é assim. Deus está aparecendo como você;
Deus está Se manifestando como você; Deus está Se expressando como você: não é
você que está se expressando como Deus. Apesar de toda aparência em contrário,
essa é uma verdade universal”.
Quando
estamos conscientes de quem somos de verdade – e isso só acontece no momento
presente - quando permitimos a manifestação da Presença milagres acontecem e o
mundo de Deus se faz presente no mundo dos homens. Jesus foi um exemplo disso.
Ele já dizia: “O Filho, por si só, nada pode fazer” – Ele sabia...
Não haveria
qualquer miséria no mundo se estivéssemos, desde todo o sempre, conscientes de
sermos Deus na Terra, e fizéssemos tudo, absolutamente tudo com amor, com
perfeição - conscientes. Quando criamos uma obra prima, estamos criando com
amor. É verdade que a humanidade mal se deu conta disso, mas, quanto mais cada de
nós se der conta disso individualmente, mais estaremos perto de responder ao
propósito da nossa criação. Estaremos também somando esforços para atingir a tal
massa crítica capaz de contagiar toda a humanidade.
Sim, você é
importante. Você é aquilo que Deus vê quando põe óculos. Permita que Deus crie majestosamente
no detalhe.



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