Goldsmith já disse que nesse caminho de despertar há altos e baixos. Às vezes estamos despertos e às vezes nos vemos, ainda, amarrados ao personagem aqui da Terra, ao ego humano.
Fui passear no bosque perto de casa e me sentei junto ao lago, sob a sombra das árvores. Estava meio triste porque me sentia distante dos avanços dos dias anteriores. Lembrei que Goldsmith disse que tudo o que Deus precisa é de alguém que possa ficar quieto para permitir que sua presença se instale: Uma presença curadora, capaz de alcançar qualquer um na órbita da nossa consciência.
Sentei-me em paz e procurei meditar sobre isso. Queria muito poder ser esse canal. Lembrei-me da felicidade que senti quando pensei num amigo enfartado e fui capaz de sentir que ele estava bem.
Eu estava curiosamente triste e silenciosa. De repente um colibri começou a cantar insistentemente sobre minha cabeça. Ainda em meditação, ri para mim mesma e pensei: "Será que esse colibri não tem nada para fazer além de ficar cantando justamente nessa árvore?"
Eu sempre medito lá e nunca havia visto o colibri. Olhei para cima e vi o pequeno passarinho de bico vermelho e corpo tão escuro que parecia preto. Tudo o que ele fazia era ir de um galhinho a outro, cantando sobre minha cabeça. Resolvi lhe dar atenção, o que o fez se aproximar, a um metro e meio do alcance de minhas mãos, bem na minha frente. Achei graça no fato dele não ir embora, parecendo que estava lá, cantando para mim.
De repente me lembrei das seguintes palavras que havia lido no livro: EU me manifesto de todas as formas. Aquilo soou como um golpe na minha mente. Olhei de novo o colibri...
Para mim, de repente, aquilo pareceu Deus me dizendo: "EU posso me manifestar em qualquer forma e agora... EU estou bem aqui, cantando para você. Eu me fiz visível para você, para que se lembre que EU ESTOU MESMO sempre com você."
Ah! Como eu chorei!
Naquele instante eu tive a certeza que aquele colibri ali cantando para mim, não estava ali à toa. Ele ficou ali mais alguns minutos e se foi, deixando minha alma leve e feliz.
Ali, assim em Deus, eu fiquei um tempão até que vi um lagarto se aproximando. Ele me olhava curioso e estava indo na direção de uma árvore próxima onde eu havia deixado umas bananas picadas para os sagüis que costumam aparecer.
Pensei: "Ah! Que pena que não deixei alguns pedaços de banana para o lagarto no chão." Notei, então, que havia dois sanhaços comendo as frutas que havia deixado e pensei novamente: "Se somos todos um, bem que eles poderiam deixar cair um pedaço de banana para o lagarto." Antes mesmo que eu terminasse de pronunciar a palavra lagarto em pensamento, presenciei algo incrível! Um dos pássaros levantou vôo e deixou cair a banana no chão. Logo o lagarto se aproximou e comeu a fruta.
Eu apenas ri, maravilhada! Fiquei um bom tempo lá, naquele paraíso. Havia aprendido coisas importantes.



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