Diário do Herói 4: Onde você está?




Numa tarde em que meu marido foi à casa de um amigo, eu fiquei lendo o livro As Palavras do Mestre, de Goldsmith, e, nesse livro havia um exercício excepcional. Vou escrevê-lo conforme o pratiquei. Antes de começar, se esse não for um bom momento para a prática, recomendo que não continue a leitura, pois se lê-lo até o final, talvez não tenha uma experiência tão significativa.

Sente-se confortavelmente, com os pés descalços ao alcance da sua vista. (Eu me sentei com as pernas retas sobre a cama).
Olhe pausadamente para os seus pés ...
Depois procure responder a seguinte pergunta e sentir a resposta que lhe vem da alma:
- Você diria que você está nos seu pés, ou que seus pés são seus? Sinta a resposta.
Siga em frente. Olhe para as suas pernas.
- Você está nas suas pernas, ou diria que elas são suas, para servir de ferramenta de transporte?
Sinta a resposta.
Estenda suas mãos à frente e olhe demoradamente para elas.
- Você está nas suas mãos ou elas lhe pertencem?
- Você está nos seus braços, ou eles lhe pertencem?
Olhe seu abdômen e pense.
- Você está nos seus intestinos, ou eles lhe pertencem?
- Você está no seu fígado, ou ele lhe pertence?
- Você está nos seus pulmões, ou eles lhe pertencem?
Vá fazendo isso seriamente e sentindo a resposta. Passo a passo você vai tendo a noção que você não é nada em seu corpo.
Quando fui fazer isso a respeito do meu coração, percebi que ele pulsa em conformidade com minha alma, mas eu não estou lá, no órgão chamado coração. Pensei, vai ser difícil quando for fazer essa pergunta a respeito da minha mente. Mas notei que não devia fazer essa pergunta para a minha mente, mas ao meu cérebro.
- Eu estou no meu cérebro, ou ele é uma ferramenta ao meu serviço?
Sim, minha mente é atuante, mas não sinto que eu esteja no meu cérebro.
Daí a pergunta fundamental. E depois que a fiz, fechei o livro para não dar seqüência à leitura porque eu precisava obter EU MESMA a resposta.
- Seu você não está no seu corpo, onde você está?

Fiquei procurando mentalmente, de verdade, por alguns instantes onde é que eu estava. Minha mente rondava toda área a minha volta à procura do lugar onde eu poderia estar e foi aí que eu tive a grande revelação e peço que você pare de ler se pretender fazer esse exercício alguma vez na sua vida. Se estiver fazendo o exercício nesse momento. Pare de ler e se faça a SUA pergunta. Feche os olhos e responda... Haverá tempo de sobra, depois, para ler o que aconteceu comigo. Não perca essa oportunidade para ter a sua grande revelação. De novo:
- Seu você não está no seu corpo, onde você está?

Silenciosamente minha mente falou para mim mesma, quase num sussurro, como acontece quando um aluno assopra a resposta para outro, à frente do professor. Falando em voz audível, mas bem baixinho, para mim mesma, eu disse, pausadamente:
- Eu estou em Deus.
Um enorme silêncio se seguiu. Minha mente precisava incorporar essa verdade. Naquele exato instante eu percebia sensitivamente a existência do plano Espiritual, paralelo ao plano Físico. Minha consciência não estava no meu corpo, mas em Deus. Fiquei mergulhada no assombro total. Em êxtase total porque percebi a realidade última da minha essência. Depois disso, minha consciência foi pulando de revelação em revelação.
- Eu estou em Deus! Daí, percebi que...
- Sempre estive! Depois, entendi que...
- Eu sou uma consciência de Deus!

Tudo isso parece óbvio! Conversa de louco mas, VIVER essa experiência é muito diferente de passar a vida falando sobre isso. Por isso, naquele momento, fui tomada de tanta alegria que não sabia se ria ou chorava...
Eu sempre estive lá, em Deus... Sempre... E sempre estarei.

Nesse instante eu senti e entendi o significado de frases como:
“Como uma onda é um com o oceano, eu sou um com Deus”
Não interessa onde estamos, o que estamos fazendo, não há a menor possibilidade de se estar separado de Deus, nunca! Minha CONSCIÊNCIA DE DEUS está sempre com ele.

De repente pude perceber quem era eu, e quem era meu corpo: uma manifestação da minha consciência. Um bem divino, sem dúvida, que eu fui capaz de manifestar para representar minha individualidade. Minha presença. Minha existência. Fosse como fosse, era apenas uma representação de mim. E ainda uma representação limitada. Porque, de fato, era um reflexo do eu inconsciente da sua verdadeira natureza, por isso imperfeita. Meu físico hoje é o melhor que pude fazer enquanto ser humano perdida no mundo e ausente da consciência plena de Deus.
Mas isso agora, tomava novas dimensões. Eu estava consciente de onde eu realmente existia e me levantei e andei pela casa, passeando minha presença física pelos aposentos sem perder a consciência de onde era minha real morada.

Sentia uma alegria desumana. Nada me faltava, eu me sentia plena. Um ser eterno vivendo uma experiência temporal. Não interessava minha realidade humana, ela era apenas um lapso de tempo da minha eternidade. E era boa, afinal de contas.

Essas experiências  que chamo de Diário do Herói são o que considero, hoje, as principais razões para que eu mantenha firme o meu propósito de batalhar por esse meu aprendizado. Percebi claramente o que significa quando se diz que só há Deus e que ele é Tudo. Percebi a presença do Cristo, que é a consciência de Deus no homem, capaz de curar tudo. Que meu corpo é reflexo da minha mente e da minha consciência. E tudo na minha vida reflete o meu grau de percepção dessa realidade. Que meu corpo doente só pode ser manifestação de um eu separado de Deus, porque quando eu me conectei com Ele, tudo passou. O eu de Deus não é doente, nunca! Não pode ser, porque Deus desconhece a doença, a dor. Nada disso existe em Deus. Se permitirmos que Deus preencha o nosso ser, manifestaremos a realidade Dele e é da natureza de Deus o preenchimento.

Quando alguém grita por Deus, está reconhecendo que por si só, nada pode fazer. Então, nesse instante, permite que as mínimas condições necessárias que o contato se estabeleça. Deus está disponível todo o momento, mas só pode agir quando estamos conscientes Dele.

Nem sempre sou capaz  de repetir a experiência, mas quando consigo me transpor para aquela percepção de consciência, para fora e para cima, em algum lugar de Deus, sempre sinto uma imensa paz.

Patricia kenney

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